Dra. Elisabeth Crepaldi de Almeida, especialista em TEA, explica novos critérios e aumento no número de diagnósticos, divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC)
São José dos Campos, 30 de abril de 2025 – Dados divulgados na última quinta-feira (17/04) pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mostram aumento na prevalência de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA): 1 em cada 31 crianças (3,22%), contra 1 em 36 em 2023. O estudo também mostra avanços no diagnóstico entre meninas. A fonoaudióloga e fundadora do Grupo Interclínicas, Dra. Elisabeth Crepaldi de Almeida, analisa o cenário e explica os fatores que impulsionam esse crescimento.
O estudo ainda apontou uma proporção de aproximadamente 3,4 homens para cada mulher diagnosticada com TEA. Segundo Crepaldi, durante muito tempo, as meninas foram subdiagnosticadas com autismo, fatores sociais e culturais ainda influenciam nos laudos. “Existem casos em que o diagnóstico incompleto é justificado por comportamentos mais reservados e características de personalidade, como timidez, e não como autismo. Mas é importante analisar cada caso após os primeiros sinais”, explica.
Para a especialista, o aumento expressivo nos diagnósticos pode ser explicado por uma combinação de fatores. “Nos últimos anos, houve uma evolução significativa nos critérios diagnósticos, permitindo a identificação de casos mais leves que antes passavam desapercebidos. Além disso, a conscientização da população e a redução do estigma têm levado mais pessoas a procurarem avaliações especializadas”, analisa.
Outro ponto destacado pela especialista é sobre a detecção do diagnóstico. “O que tem melhorado são as ferramentas de percepção e não um aumento real na prevalência do autismo e outras neurodivergências. Antes, muitos casos não eram diagnosticados, especialmente aqueles com manifestações mais sutis. Além disso, houve algumas mudanças nas classificações ao longo do tempo, incluindo novos perfis dentro dos transtornos do espectro autista”, ressalta a Dra. Elisabeth.
O impacto do diagnóstico tardio também é um ponto de atenção. Ainda segundo a especialista, o diagnóstico precoce pode facilitar o desenvolvimento das crianças. “Quando identificado nos primeiros anos de vida, é possível iniciar intervenções que reduzem os impactos do transtorno, favorecem a socialização e melhoram a qualidade de vida da criança e da família. Além disso, o diagnóstico garante o acesso a direitos legais e adaptações necessárias em casa, na escola e na sociedade”.
Crepaldi afirma que o TEA pode ser identificado a partir dos 12 meses de vida. “Entre os sinais de alerta destacam-se a falta de contato visual, ausência de gestos como apontar ou acenar, pouco interesse em interagir com outras pessoas e atrasos na fala. Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo ou apego excessivo a objetos, também devem ser observados com atenção”.
Sobre o Grupo Interclínicas
A Interclínicas é referência em cuidado especializado e humanizado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições. Com uma abordagem centrada na família, a clínica oferece serviços integrados que promovem bem-estar, desenvolvimento e inclusão. Ao todo, são seis unidades pelo Brasil. Para mais informações, acesse https://interclinicasautismo.com.br/