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Negócios 29/04/2019

Mulher aumenta participação no agronegócio

O setor de agronegócios, que representa quase um quarto do PIB do Brasil, sempre foi dominado por homens, mas esta realidade está mudando, e muito rapidamente.  

Entre 2013 e 2017, o percentual de mulheres que ocupam cargos de decisão nos empreendimentos rurais passou de 10% para 31%, segundo a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA). 

Para Helda Elaine, palestrante com forte experiência e influência em cooperativas do agro, isto está acontecendo em grande parte pela participação e atuação crescente das mulheres em cooperativas, devido principalmente à própria expansão do setor. 

Nos últimos 10 anos, o número de cooperados passou de 548 mil pessoas para 1,800 milhão no Brasil. 

“Para abastecer os grandes centros, as cooperativas entendem a importância de frear o êxodo rural. Para isso, elas têm oferecido condições de trabalho cada vez melhores, favorecendo também a entrada das mulheres neste mercado”, explica Helda Elaine, autora do best seller “O Ser Humano 10D”, livro em que fala de sua experiência no setor. 

“Isso tem acontecido muito no sul do Brasil porque, se todo mundo for para a capital, como vamos alimentar a população urbana? Neste sentido, a região sul é uma referência em se tratando de cooperativa. Com essa nova fase do país, o cooperativismo é a bola da vez”, afirma Helda Elaine. 

Somente no Paraná, estado de origem de Helda Elaine, há 215 cooperativas agrícolas. Muita gente ainda pensa que cooperativa é coisa pequena, mas hoje as estruturas destes estabelecimentos são gigantescas. Hoje, as cooperativas são saudáveis. Grandes exportadoras de alimentos, elas registraram um crescimento de 20% em 2018, ano de crise.   

Entre os temas abordados por ela em suas palestras no setor de agronegócio, um deles está a mulher e suas potencialidades. 

“A mulher do agronegócio é uma mulher 10D, ela sempre foi ‘filha DE alguém’, ‘esposa DE alguém’ e ‘mãe DE alguém’; e agora também tem sido ‘mulher DE negócios’, ‘mulher DE sucesso’ e muitas outras habilidades. É necessário, realmente, fazer algo a mais para conseguir um lugar de destaque em qualquer área e no agronegócio não é diferente”, explica a palestrante, que tem um dos maiores índices de recontratação do Brasil. 

Somar, em vez de competir 

Segundo Helda Elaine, o aumento da participação das mulheres no agronegócio também fomentou a participação do sexo feminino em cursos ligados à área, antes mais procurados por homens, como veterinária ou agronomia. 

Os homens, porém, não devem ficar com receio desse espaço conquistado por elas no setor do agronegócio. “A convivência de homens e mulheres em um ambiente de trabalho não pode virar uma competição, uma guerra entre os sexos”, diz Helda.  

“As mulheres batalharam e conseguiram aumentar seu destaque e espaço no mundo do agronegócio por esforço e competência, e não foi para tomar o lugar do homem. Elas querem trabalhar junto”, explica. 

Em suas palestras, Helda diz que o homem é sempre mais prático e a mulher, mais sensível, e estas características são complementares. Eles podem trabalhar em cooperação, para um mundo melhor. 

 

por: Redação BRZ Content
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