Novo livro de Tatiane de Sá Manduca, em coautoria com Saulo Durso, analisa casos clínicos de sofrimento no amor, sob as perspectivas de pensadores e psicanalistas
São Paulo, 21 de agosto de 2023 – Carência, dependência emocional, sacrifício, desejo e sexo: isso tudo tem necessariamente a ver com o sentimento de amor? Amor é pelo resto da vida ou o sentimento que termina não era amor? Estas são algumas das reflexões presentes no novo livro da psicóloga Tatiane de Sá Manduca, escrito em coautoria com Saulo Durso Ferreira.
Editado pela Literare Books, “Será que é amor?” será lançado em setembro, em São Paulo. A obra traz uma série de casos clínicos de sofrimento por amor, analisados sob a ótica de filósofos e psicanalistas, como Platão, Sigmund Freud e Donald Winnicott.
Os relatos do livro começam com a história de uma paciente que vive uma relação tida como sacrifício, uma característica muito presente na cultura brasileira e que ainda sustenta diversas pessoas em relacionamentos devastadores.
Para Tatiane de Sá Manduca, nossas experiências amorosas são, quase sempre, reflexo da forma como sempre fomos amados ou como vivenciamos o amor.
“Amor é a experiência de amor de cada um, a forma de amor que você recebeu e reconhece, pelas figuras que você teve de amor, como a mãe, o pai e os irmãos. Em Platão, temos o amor em diferentes expressões. O amor perfeito, ou o amor idealizado, reflexo do amor romântico, nega tudo aquilo que tem a ver com as dificuldades da relação, na fantasia de sustentar o amor”, explica a autora.
Cada experiência de amor é diferente, é uma nova chance de conhecer a si mesmo e ter relações afetivas saudáveis. E cada um tem um jeito de amar, uma forma de ver e experienciar.
“O amor é também uma oportunidade de a gente se ver pelos olhos do outro, de poder ser como a gente é. O amor tem a ver com a intimidade, com uma construção que acontece no tempo, tempo este da experiência e de reconhecer o outro, não como uma extensão de nossas fantasias”, acrescenta.
“Será que é amor” provoca o leitor para o amor de si, fala de violência, ciúme e relações passionais. Tatiane conta que, em muitos casos relatados no consultório, ainda existe ressentimento de uma relação que já acabou e ainda tem muita gente que não consegue lidar com um término, para iniciar uma relação saudável.
O amor dos jovens na atualidade
O amor da atualidade vive a cultura do “eu me basto”. No livro, a autora fala sobre o imediatismo dos tempos atuais, do fato de termos quase tudo ao alcance das mãos, que vem afetando nossa maneira de compreender o amor,de se ligar ao outro e apostar na construção.
Algumas pessoas, em relações anteriores, entenderam o afastamento como desamparo e a separação como abandono. Elas se envolvem em relacionamentos de dependência: e isso pode ser considerado amor? Suportamos a nossa própria solidão ou a depositamos em um outro que atenda às nossas feridas mais íntimas, diante dos fatos de nossas histórias?
A ideia do “se você não me quer, você não me merece” é um amor egocêntrico. Para amar o outro, é importante não ter amor somente por si próprio.
“Amar pressupõe maturidade, compromisso com o outro, com a palavra e desejo de estar junto. O amor é trabalhoso, sim, mas poucas pessoas hoje querem se dar a este trabalho. Isso não significa que o amor deva ser sustentado por sacrifícios”, diz Tatiane de Sá Manduca, sobre o que escreve em seu livro.
“Muito do que ouvimos falar hoje sobre o amor está relacionado ao amor próprio, a uma forma de amar muito autossuficiente, mas o amor é mais complexo que isso. Amar exige alteridade, ou seja, respeito às diferenças”, declara ela, que é também autora de “Valida-te”, lançado em 2021.
A moda do goshting
Tatiane conta que tem visto casos mais frequentes de pessoas confusas sobre o amor, envolvidas em relacionamentos tóxicos e que até desaparecem do casamento após anos vivendo junto de alguém.
“Vejo com bastante otimismo a possibilidade de redescobrirmos nossas formas de amar, mesmo já tento vivido experiências afetivas ruins. Quando alguém começa a identificar sua maneira própria de amar, pode reaprender a amar”, assegura Tatiane de Sá Manduca.
“Será que é amor” não aborda somente o amor pelo outro, mas também o amor pelo saber, do amor à amizade e amor pelo trabalho. Segundo a psicóloga, decidir não amar não é uma escolha, porque ninguém vive sem amor. Somos e seremos eternamente dependentes do amor.
Muitas vezes, trocamos de parceiros e nossas histórias de amor se repetem porque aprendemos a amar desta maneira. Por isso, é importante dar atenção a estas repetições amorosas, no modo de amar que nos leva a relacionamentos destrutivos, e será que, se depositarmos no outro, perderemos uma porção importante de compreender a nós mesmos?
Só o amor é capaz de curar e esta cura pode estar no outro. Entre versos de música, entrelaçando a poesia e a arte, a autora vai conjulgando o amor com a atualidade da clínica e da vida. A cada capítulo, o livro traz citações de autores como Clarice Lispector e Vinícius de Morais, assim como canções de Maria Betânia, Chico Buarque, Ivan Lins, entre outros.
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