Em tempos de crise climática ao redor do planeta, o tema sustentabilidade entrou com força nas pautas jornalísticas no Brasil. É natural que, com sucessivos acidentes ambientais de grande repercussão, recaia sobre a iniciativa privada uma grande desconfiança acerca de sua forma de trabalhar. De acordo com a palestrante e consultora em gestão sustentável Roseli Capudi, as empresas precisam ter responsabilidade ao definir os métodos que usam para obter lucros.
“As empresas precisam pensar em sustentabilidade, não somente no que tange a assuntos ambientais. Elas precisam trabalhar pensando no tripé da sustentabilidade, que engloba questões econômicas, sociais e ambientais. O engajamento sustentável, de reutilização, deve partir dos líderes que regem estas empresas”, destaca a especialista.
“Precisamos urgentemente transformar a economia linear em economia circular, porque a população do planeta tende a triplicar em 10 anos. Temos pouco tempo para começar a mudar.” alerta Roseli Capudi.
Estudo da Brookings Institution mostra que a classe média mundial terá cerca de 5,3 bilhões de pessoas até 2030. O Centro de Resiliência de Estocolmo, na Suécia, afirma que a aceleração das economias de consumo, que já tinha registrado um crescimento grande de externalidades negativas, tende a crescer mais.
Na economia linear, nós produzimos, consumimos e descartamos matéria. Já a economia circular prevê a reutilização dos recursos.
No modelo atual, registrou-se um aumento exponencial de lucros e um crescimento econômico nunca antes visto na história. Mas nesse ritmo, o risco de as reservas se esgotarem é gigante.
Neste contexto, Roseli Capudi explica que os líderes das empresas têm um papel muito importante, sobretudo no que se refere ao seu comportamento sustentável. “As novas lideranças têm o papel de influenciar suas equipes no sentido sustentável, tomando decisões que as impactam positivamente e que, sobretudo, tenham uma repercussão sobre os consumidores também”, diz Roseli.
Segundo ela, a conscientização que surge de dentro pra fora é muito mais forte e, por isso, os novos líderes precisam adotar uma postura socioambiental dentro das empresas, de forma que reflita na saudabilidade do negócio.
“A iniciativa privada pode ter um papel importante na mudança deste cenário. E isso passa pelo comportamento dos novos líderes dentro das empresas”, declara Roseli.