Até as carreiras de médicos, arquitetos e advogados estão ameaçadas pelo avanço da tecnologia. Empresária conta como vem driblado as mudanças na profissão há 10 anos
O polêmico escritor americano John Pugliano, em seu livro “Os robôs estão vindo – Um guia de sobrevivência humana para lucrar na era da automatização”, diz que sete profissões estão ameaçadas de extinção pelo avanço tecnológico. Na lista, aparecem as carreiras de médicos, advogados, arquitetos, contadores, pilotos de guerra, policiais e corretores de imóveis.
A pesquisa ainda não chegou ao Brasil, mas nós já estamos sentindo na pele os efeitos da transformação digital. Formada em jornalismo há 20 anos, a empresária e consultora em comunicação e marketing digital Letícia Maciel conta como tem sobrevivido às inúmeras mudanças em sua área de atuação.
“Estamos de fato assistindo a uma intensa transformação no mercado de trabalho e vejo muitas pessoas falando em abandonar a profissão que escolheu. Encontrei formas de superar esses desafios, porque passo por isso há 10 anos. O jornalismo é uma das profissões que maos passou por crises nos últimos tempos”, conta Leticia Maciel, que abriu uma agência em 2018.
Em 2010, com o aumento do acesso à internet no Brasil, muitos jornais e revistas impressos e até programas de TV entraram em crise, inclusive o jornal onde Letícia trabalhava como editora.
“No início, achei que fosse ficar sem trabalho e teria que cursar outra faculdade, mas não. Fui buscar informação. Comecei a procurar trabalho no mundo corporativo. Atuei oito anos como assessora de Imprensa, outra função dentro do jornalismo. Aprendi a fazer coisas que não estava acostumada”, continua.
Em 2012, mais uma mudança. Algumas empresas começaram a dizer que não exigiriam mais graduação para os cargos de jornalismo. Elas começaram a produzir conteudos para seus sites e blogs.
“Eu precisava publicar textos em sites e redes sociais, mas não tinha aprendido isso na faculdade. Eu tive que aprender na marra, me dediquei e estou sempre em busca de atualização. Nas férias, enquanto todo mundo estava na praia, eu estava me atualizando”, lembra Letícia.
Com dois filhos pequenos, Leticia concluiu a pós-graduação de marketing digital. “Várias vezes me perguntei se estava no caminho certo. Eu tinha me formado para fazer jornalismo, não publicidade e propaganda, mas não podia parar de trabalhar. O segredo é seguir em frente, buscando soluções e aprendendo a cada dia”, recomenda.
No final das contas, a mudança foi melhor do que poderia imaginar. “Tomar decisões sobre a carreira exige muito trabalho mental, emocional e muito esforço. É preciso ter calma, paciência e resiliência, porque as respostas chegam”, afirma Leticia.
Segundo estudo da consultoria PwC, até um terço dos postos de trabalho em países desenvolvidos podem ser ocupados por robôs até 2030. O cotidiano das redações e do mercado de comunicação não sairá ileso. Já dizem que robôs poderão produzir conteúdo.
“O ser humano tem grande capacidade de se adaptar às mudanças, e por que não teríamos de nos adaptar às novas tecnologias? Se entramos em pânico, não enxergamos mais nossas competências. Podemos e devemos usar nossa experiência de vida para explorar novas áreas dentro da profissão”, destaca a jornalista.
BRZ Content – Assessoria de Imprensa
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